Moda consciente: quais as características desse movimento?

A discussão sobre moda consciente tem se tornado cada vez mais intensa por conta dos impactos que o nosso modelo de consumo vem trazendo ao planeta. 

A preocupação está maior do que nunca e é importante estar a par de como contribuímos para um cenário onde o meio ambiente é altamente prejudicado.

Abaixo, vamos falar um pouco mais sobre a moda consciente, suas principais características e dar algumas dicas para reformular o seu pensamento e suas atitudes de uma maneira onde você continue em estilo mas sem prejudicar o nosso ecossistema. Também vamos te contar da Moda Com Verso, uma iniciativa incrível da qual fazemos parte e que tem tudo a ver com o tema deste artigo.

Fique de olho e acompanhe!

O que é a moda consciente?

Para entrar na discussão sobre moda consciente, primeiro precisamos falar sobre definição. É possível afirmar que a moda consciente tem como principal responsabilidade alertar para as consequências do consumo de fast fashion e as vantagens da slow fashion.

Fast fashion? Slow fashion? O que é isso? Bem, na realidade é mais simples do que parece, apesar dos termos estarem em inglês. 

Fast fashion – ou moda veloz – é aquele tipo de produção acelerado que encontramos na indústria têxtil atual. É a produção e consumo exacerbado que vemos em grandes lojas de departamento e marcas que fazem a confecção de peças de maneira excessiva.

Já no slow fashion – moda devagar – vemos uma pegada de sustentabilidade que foca em reaproveitar roupas que são atemporais e que podem ser utilizadas novamente, por outras pessoas.

No Slow Fashion temos foco em brechós, lojas de pequenos empreendedores que realizam produções limitadas, artesanais, personalizáveis e sustentáveis.

Porém o tipo de produto produzido também não é o único fator quando falamos de moda consciente, fast fashion e slow fashion. A matéria prima também tem papel dentro dessa discussão.

Existem alguns materiais utilizados na produção de peças de roupas que são extremamente prejudiciais ao meio-ambiente, principalmente os derivados de plástico.

Ok, já ouvimos falar de moda consciente e de moda sustentável, mas elas não são a mesma coisa? 

Não! 

Elas possuem as suas diferenças e vamos contá-las para você. Fique atento!

Moda consciente e moda sustentável: são diferentes?

Esta é uma dúvida muito comum, já que os termos parecem estar falando sobre a mesma coisa, mas na realidade são bem diferentes pois o foco está em pessoas distintas.

Na moda sustentável temos como principal pilar os seus criadores, pois são eles que são responsáveis por suas marcas e ditam o processo de produção e também os materiais utilizados. Um ótimo exemplo para entender como isso funciona na prática é a iniciativa Moda Com Verso, da qual fazemos parte. Por meio dessa iniciativa, você pode identificar se as suas marcas favoritas respeitam as pessoas que trabalham na área, garantindo que não haja trabalho escravo, irregular ou infantil. Você pode conhecer melhor essa iniciativa aqui.

Já a moda consciente é encabeçada pelos consumidores, que têm poder de decisão sobre o que consumir e de quem, já que é deles a responsabilidade social de escolher empresas que não prejudiquem o planeta, a sociedade e também os animais.

É papel do consumidor fiscalizar as marcas e exigir que determinadas medidas sustentáveis sejam incorporadas dentro do processo de produção. 

E como é feito isso? Por meio da demanda. A agenda sustentável deve ser refletida na marca para que ela seja comprada pelas pessoas defensoras da moda consciente. É o poder do público que pode aumentar a demanda pelo slow fashion e por políticas de produção mais responsáveis.

Como a moda consciente veio à tona? O surgimento do movimento

Agora que você está mais familiarizado com os conceitos sobre moda consciente, é hora de fazer uma viagem para o passado e entender como este movimento surgiu e como ganhou tanta popularidade. 

É possível dizer que o termo slow fashion – muito atrelado à moda consciente – apareceu pela primeira vez dentro do universo da moda por volta de 2007.

Ele surgiu para propor um novo olhar sobre os processos de produção de roupas e o uso de materiais sustentáveis em peças de altíssima qualidade e com excelente durabilidade, evitando o descarte rápido que muitas peças do fast fashion tem.

O termo slow fashion foi criado para se opor ao fast fashion, um conceito que já estava presente há algum tempo e que dizia respeito a um método de confecção acelerado e descartes de roupas mais frequentes, o que é extremamente nocivo ao nosso meio ambiente.

Podemos concluir que o fast fashion ascendeu por conta de seus preços baixos, já que a produção era em massa e em grande velocidade, barateando o custo das peças. 

Mas é justamente essa eficiência que requer processos muito poluentes – em termos de emissão de carbono e resíduo têxtil – e que prejudicam nossos ecossistemas.

Mas, engana-se quem pensa que o slow fashion é muito mais custoso do que as peças de fast fashion. Atualmente, é possível ver que os brechós e bazares estão muito populares e cada vez mais frequentados – em especial pelo público jovem.

Os brechós são excelentes alternativas para pessoas que procuram moda consciente, reaproveitando roupas que estão em excelente estado, com preços justos e que cabem no bolso.

Assim, não há desculpa para não aderir a moda consciente, não é?

Impactos da fast fashion: veja em números

Tudo fica mais palpável quando falamos em números. E, definitivamente, algumas informações sobre a fast fashion vão te impressionar. 

Veja abaixo estatísticas sobre o consumo acelerado de roupas que vão fazer você repensar toda a sua atitude e investir em moda consciente.

• De acordo com a Forbes, peças de fast fashion são usadas menos de cinco vezes e também produzem 400% mais emissões de carbono do que as peças de slow fashion (usadas aproximadamente 50 vezes).
• A indústria da moda é responsável por pelo menos 8% de toda a emissão de carbono na atmosfera, perdendo apenas para o setor petrolífero.
• O poliéster é uma das fibras mais usadas dentro da indústria da moda, sendo o principal responsável pela emissão anual de 32 das 57 milhões de toneladas globais.
• O poliéster demora aproximadamente 200 anos para se decompor.
• Na fast fashion, aproximadamente 25% de tudo produzido vira lixo, de acordo com o relatório feito pela Ellen MacArthur Foundation.

São números impressionantes, não é? Reflita sobre estes impactos no meio ambiente e entenda por que a moda consciente é um fator tão importante para nós, atualmente e para o nosso futuro.

Como começar a participar da moda consciente? Veja algumas dicas

Quer aderir a moda consciente mas não sabe por onde começar? Não se preocupe. Vamos te dar algumas dicas para que você possa fazer a diferença. 

Evite descartes desnecessários

Sabe aquela roupa que você não usa mais? Não precisa jogar fora. 

Com certeza alguma pessoa poderá reutilizar aquela peça e dar um novo propósito a ela. Os descartes são um dos principais poluentes quando falamos de fast fashion pois gera toneladas e toneladas de lixo.

Percorra o seu guarda-roupa, veja o que você usa e o que não usa e procure fazer doações com peças que estão paradas a muito tempo! 

Escolha comprar roupas com tecidos sustentáveis e com maior durabilidade

Roupa é investimento. Procure marcas de slow fashion que produzam peças com materiais socioambientalmente responsáveis e também com uma excelente durabilidade, para que o produto seja utilizado por muito tempo e não tenha o seu descarte feito com facilidade.

Exercite a reflexão

Um dos principais pontos da mudança para a moda consciente é a virada de chave que fazemos em nosso cérebro. Na hora de comprar peças de roupa nova, que tal parar um momento e pensar: “eu realmente preciso disso?”.

Um dos principais contribuintes para a poluição têxtil é a compra de peças desenfreada. Pare e pense! 

Não invista em marcas que não possuem preocupações sustentáveis

Saiba onde gastar o seu dinheiro! Procure por empresas que têm as mesmas preocupações que você com o meio ambiente. O nosso poder está na construção de demandas. Não crie demanda para marcas que não tem responsabilidade ambiental.

Torne-se a melhor amiga dos brechós e bazares

Não é segredo que os brechós e bazares estão cada vez mais populares, principalmente entre o público jovem em grandes cidades.

Neles é possível encontrar peças vintages e muito estilosas por preços impressionantes. Isso sem falar sobre a reutilização de peças que eles proporcionam, evitando os descartes.

A “garimpagem”, como muitas pessoas chamam, é o ato de ir a brechós e procurar, entre as muitas araras de roupa, algumas peças únicas e especiais que estão em ótima condição.

Que tal você começar a garimpar?

Dê suporte e apoio a campanhas de moda sustentável

A participação na moda consciente não se limita apenas à compra de roupas. Você também pode ser uma aliada ao apoiar movimentos de conscientização.

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Entendeu como a moda consciente é vital para a humanidade a longo prazo? É natural que essa preocupação seja cada vez maior já que a conscientização sobre os impactos da indústria têxtil também tem crescido.

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